Alguns mitos sobre os benefícios do alongamento vêm sendo derrubados por pesquisas científicas recentes. Em contrapartida, seus ganhos em prol do aumento de flexibilidade, da força e na diminuição de dores crônicas são comprovadamente reais.
por Leonardo Valle Fotos Danilo Tanaka
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A indicação dos alongamentos varia bastante de profissional para
profissional. Essa falta de consenso entre educadores físicos, fisioterapeutas e
ortopedistas foi o estopim para que centros universitários de todo o mundo se
debruçassem em estudos sobre o assunto. Os resultados, entretanto, foram bem
diferentes do que se esperava. A primeira informação contestada é a de que os
alongamentos podem prevenir lesões quando praticados antes ou depois das
atividades físicas. Os pesquisadores Robert Herbert e Marcos de Noronha, da
Universidade de Sydney, revisaram dez estudos sobre o tema e não encontraram
diferenças estatísticas entre os grupos que se alongavam e os que pulavam a
atividade.
Para evitar acidentes, o mais indicado seria investir nos chamados exercícios de aquecimento, como polichinelos ou pequenas corridas sem sair do lugar. "O alongamento não tem a função primordial de aquecimento. Para aquecer é importante aumentar o fluxo de sangue nos vasos sanguíneos e músculos", explica Debora Reis Garcia, professora do curso de educação física da Universidade São Francisco (USF).
Efeito
analgésico
Ironicamente, a coisa muda de fIgura nos estudos em que são avaliados pacientes com dores crônicas. Nessas situações, o alongamento sai na frente de práticas consideradas consagradas no alívio da dor. Uma pesquisa liderada pela pesquisadora Karen Sherman e publicada na revista Archives of Internal Medicine dividiu pacientes que sofriam dores crônicas na lombar em três grupos: aqueles que tiveram aula de alongamento, de ioga ou que apenas leram livros sobre como lidar com o problema. Três meses depois, os participantes que se esticaram foram os que mais relataram melhoras na dor sem o uso de medicamentos.
Bê-á-bá dos exercícios
Perna
Ironicamente, a coisa muda de fIgura nos estudos em que são avaliados pacientes com dores crônicas. Nessas situações, o alongamento sai na frente de práticas consideradas consagradas no alívio da dor. Uma pesquisa liderada pela pesquisadora Karen Sherman e publicada na revista Archives of Internal Medicine dividiu pacientes que sofriam dores crônicas na lombar em três grupos: aqueles que tiveram aula de alongamento, de ioga ou que apenas leram livros sobre como lidar com o problema. Três meses depois, os participantes que se esticaram foram os que mais relataram melhoras na dor sem o uso de medicamentos.
Bê-á-bá dos exercícios
Em pé ou sentado, realize a
flexão lateral da cabeça com uma das mãos, enquanto a outra fica estendida ao
longo do corpo. Depois de alguns segundos, repita do lado contrário. Este
exercício serve para alongar a musculatura lateral do pescoço.
Sentado, estenda uma das pernas enquanto
a outra é flexionada. Incline o troco à frente e alongue os músculos posteriores
da perna. Outra possibilidade é alongar-se em pé. Nesse caso, flexione uma das
pernas com o calcanhar em direção ao glúteo. Bom para quem pratica caminhada ou
esportes coletivos.
Ombros
Em pé ou sentado, cruze um dos braços à frente do peito. Segure-o com a mão contrária na altura do cotovelo. "O exercício é indicado para quem trabalha no computador, esportistas e donas de casa", indica Lincoln Adami, da Academia Gustavo Borges de Londrina (PR).
Em pé ou sentado, cruze um dos braços à frente do peito. Segure-o com a mão contrária na altura do cotovelo. "O exercício é indicado para quem trabalha no computador, esportistas e donas de casa", indica Lincoln Adami, da Academia Gustavo Borges de Londrina (PR).
Panturrilha
Em pé, desloque uma perna à frente, enquanto a outra fica estendida atrás. Este exercício tem o objetivo de alongar os músculos da panturrilha.
Em pé, desloque uma perna à frente, enquanto a outra fica estendida atrás. Este exercício tem o objetivo de alongar os músculos da panturrilha.
Benefícios
reais
Mas aliar os alongamentos com exercícios físicos é algo ruim? A resposta é não. Segundo Debora, alongar-se antes de suar a camisa é um modo de preparar o corpo para o esporte. "Já o alongamento feito ao final de exercícios diversos - como caminhadas, corridas ou atividades domésticas - tem como objetivo compensar a musculatura que foi mais utilizada", indica a educadora física.
Mas aliar os alongamentos com exercícios físicos é algo ruim? A resposta é não. Segundo Debora, alongar-se antes de suar a camisa é um modo de preparar o corpo para o esporte. "Já o alongamento feito ao final de exercícios diversos - como caminhadas, corridas ou atividades domésticas - tem como objetivo compensar a musculatura que foi mais utilizada", indica a educadora física.
A prática também é excelente para os atletas que querem melhorar
seu desempenho nos treinos. Segundo um estudo liderado por Arnold Nelson,
professor associado da Universidade de Louisiana (EUA), os alongamentos
periódicos aumentaram a resistência muscular, o desempenho em saltos e a força
nos profissionais que se submeteram a treinos regulares. Entretanto, não é
necessário exagerar na dose para conseguir bons resultados. Aumentar a
intensidade dos exercícios pode potencializar microlesões musculares,
principalmente nos adeptos da musculação. "O ideal é trabalhar a flexibilidade
outro dia que não o da musculação ou em outro período. Mas se desejar
realizá-los após o treino, a intensidade deve ser leve ou moderada", pontua.
Por fim, alongamentos são fundamentais para aumentar a
flexibilidade. Mas para aperfeiçoar essa habilidade motora é necessário ter
disciplina. "Os exercícios devem ser realizados ao menos duas vezes por semana.
O tempo de execução deve ser superior a 30 segundos em cada movimento",
completa.
Sinal
verde
Praticamente todo mundo pode se alongar. A restrição fica por conta de quem apresenta problemas nas articulações, nos ossos, nos músculos e na coluna, como no caso da hérnia de disco. "Em linhas gerais, todos podem praticar alongamentos, desde que orientados para a execução correta dos movimentos. Mesmo pacientes acamados, quando bem orientados, podem realizá-los", esclarece Debora.
Praticamente todo mundo pode se alongar. A restrição fica por conta de quem apresenta problemas nas articulações, nos ossos, nos músculos e na coluna, como no caso da hérnia de disco. "Em linhas gerais, todos podem praticar alongamentos, desde que orientados para a execução correta dos movimentos. Mesmo pacientes acamados, quando bem orientados, podem realizá-los", esclarece Debora.
Mas muita gente não adere aos alongamentos porque sente um ligeiro
desconforto. Salvo exceções, esse incômodo é normal. Sua aparição está vinculada
ao aumento da flexibilidade de músculos e articulações. "Ele funciona como um
mecanismo de alerta do próprio organismo para evitar que a sobrecarga nos
tendões e articulações provoque danos. Ele deve ser tolerado em certa medida
para que a flexibilidade aumente", explica.
Muita gente não adere aos
alongamentos porque sente um ligeiro desconforto. Salvo exceções, esse incômodo
é normal
Entretanto, a regra é não aumentar a intensidade dos alongamentos
a ponto de extrapolar os limites pessoais. Nos alongamentos que antecedem a
caminhada ou a faxina da casa, por exemplo, não há necessidade de ir além do
início do desconforto. "Além disso, a duração do exercício para cada segmento
corporal não deve exceder 15 segundos. Já para atletas profissionais, o grau de
tolerância à dor pode ser maior", completa Debora.
Flexibilidade
ampliada
Algumas dicas simples podem deixar os alongamentos mais eficientes, como expirar e inspirar corretamente. "A respiração aumenta a oxigenação dos músculos, a fluidez do sangue e a lubrificação das articulações. O aluno também fica mais concentrado para alcançar a amplitude do movimento", esclarece a professora.
Algumas dicas simples podem deixar os alongamentos mais eficientes, como expirar e inspirar corretamente. "A respiração aumenta a oxigenação dos músculos, a fluidez do sangue e a lubrificação das articulações. O aluno também fica mais concentrado para alcançar a amplitude do movimento", esclarece a professora.
Usar acessórios como faixas elásticas e barras para apoio é outro
segredo para potencializar a atividade. Entretanto, nada mais eficiente - e
divertido - do que alongar-se acompanhado de um amigo ou em grupo. "O apoio da
dupla pode ainda auxiliar no aumento da amplitude do movimento", finaliza a
profissional.
Fonte: (Quadro) alongamento) Lincoln Adami, professor
da academia Gustavo Borges de Londrina (PR).
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